
SELOS BAIANOS
Surgido nos anos 90 o selo "Big Bross Records" é um dos mais antigos como define "Rogério Big Brother":
"... O selo na verdade, veio da distribuidora. É o seguinte: em meados dos anos 90 começaram a sair os discos da" Cascadura "", brincando de deus", " Dead Billies" e acabavam parando aqui. Como eu já viajava para festivais, para outros lugares, acabei carregando esses discos comigo. A mesma dificuldade que tinha aqui de vender, tinha lá fora, porque a galera conhecia pouco as bandas. Então... eu acabei trocando muito desses discos, daí abri uma distribuidora. Como eu já tinha os canais para distribuir e soltar esses discos, daí abri uma distribuidora. Como eu já tinha os canais para distribuir e soltar esses discos pra virar um selo foi um pulo."(Brother,2006).
As novas tecnologias são responsáveis também pela distribuição e consumo destes bens culturais; produzidos por estes artistas independentes como também define BROTHER:
"... A Big Bross é 80% Internet, os cd´s são muito mais vendidos por pedidos do correio que em shows mesmo, e em lojas. O selo funciona muito melhor virtualmente, e tipo assim, é um selo, uma produtora de um homem só. Então vive com a correspondência meio atrasada, mas é sempre respondida [Risos]..."(Brother, 2006).
Uma das grandes diferenças de um selo para uma gravadora e no que se diz a respeito da gravação e distribuição. Na sua grande maioria os selos não gravam trabalhos de bandas do seu "cast", já recebem pronto, se responsabilizando apenas pela sua prensagem e pela sua divulgação nestes "nichos culturais" denominados de cenário alternativo. Alguns dos selos baianos funcionam como distribuidoras e atuam permanentemente, trazendo discos de fora como é o caso da "Frangote Record" e "Atalho discos". Em outros casos como produtoras, produzindo shows de bandas locais e nacionais como a "Big Bross" e a "Maniac Record".Como relata "João Carlos" da Maniac:
"... Os selos se tornam à distribuição mais horizontal. Diminuindo o espaço entre banda e público..." (CARLOS ,2006).
Por conta disso os selos baianos precisam formular e pensar estratégias diferentes das "Majors"(Grandes gravadoras), que investem no segmentado "Mainstream". Como define "Fabiano Buía" da "Estopin Record" :
"... Os selos se adaptam mais aos diversos tipos de bandas existentes. Eles tratam cada banda como única, ao invés de utilizar fórmulas pré-estabelecidas de produção e divulgação..." (BUIA, 2006.).
Retirado do artigo :
Notas para uma reflexão sobre: "Música independente no cenário cultural baiano e as novas tecnologias de produção e consumo musical"
Por: Mário JR
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