
Música na TV
POR URBE
Em um anúncio "surpreendente", a MTV Brasil informou que a partir de 2007 não exibirá mais vídeo clipes nas sua programação. Na prática, muda pouca coisa, além de fortalecer o Multishow nesse quesito. A emissora paulista há muito vinha dedicando cada vez menos espaço para clipes.
A música até hoje não tem um espaço decente na televisão e o problema persiste. Tal como nos veículos impressos, editorias de jornalismo na TV são separadas por assuntos, como política, cidade, internacional, etc. Ao contrário das revistas e jornais, entretanto, não existe a editoria de cultura.
Reportagens dessa área são feitas por pessoas sem o menor contato com o assunto, resultando em matérias superficiais, na melhor das hipóteses.
Pra ilustrar, dois exemplos, para o bem e para o mal.
Essa semana, o Starte, programa de cultura da Globo News, apresentou um especial sobre os anos 70, um bocado fora de propósito (pelo que entendi o gancho era o lançamento do livro "Almanaque dos anos 70"). Ainda assim o tema apoderia render, mesmo com convidados apenas OK.
Entre perguntas bobas e respostas lugar-comum, percebe-se que os repórteres não interagem com os entrevistados. Simplesmente enfileram as perguntas que estão no caderninho e vamos nessa.
Foi nessa que um dos entrevistados, que viveu os anos 70, setenciou que o problema da juventude atual é que ela está esquecendo de viver e se tornou mera espectadora dos acontecimentos. A afirmação ficou por isso mesmo. Nem uma palavra quanto MP3, MySpace, YouTube e tantas outras coisas que poderiam desmentir, ou ao menos polarizar, com a dura constatação.
Por outro lado, tem gente andando pro lado certo. O programa Trama Virtual, produzido pela gravadora e exibido aos domingos, 18h, no Multishow, faz tudo certo. A edição é bacana, a arte também e o assunto melhor ainda: música independente.
Apostando num formato internético, o programa não tem apresentador, locução ou muletas do gênero. É uma colagem de reportagens sobre bandas, festivais e apresentações ao vivo exclusivas. O produto final é satisfatório para os entendidos do assunto, sem ser massante para os telespectadores ocasionais.
Nem tudo está perdido.
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