Quito Ribeiro cria ponte Bahia-Rio
Por: Hagamenon Brito - hbn@correiodabahia.com.br
Novos compositores baianos continuam curtindo o Rio numa boa. Às vezes, tentando estabelecer conexões criativas entre esses dois mundos. Quito Ribeiro, 36, é um deles. Mesmo antes de ir morar na capital carioca, em 1995, ele já trocava figurinhas com parceiros que, em menor ou maior grau, conhecem esses dois universos: Lucas Santtana, Moreno Veloso, Pedro Sá, Davi Moraes.
O primeiro, independente e bom CD de Quito, Uma coisa só, parece querer fundir Salvador e o Rio de Janeiro a partir do próprio nome. Longe e tão perto, o autor desconstrói a percussão afro-baiana (originária da quadra do Ilê Aiyê) e acrescenta a sua experiência junto aos músicos que estão oxigenando a nova cena carioca com doses de experimentalismo pop.
Espectador da axé music, pulador do Carnaval baiano e freqüentador dos primeiros ensaios da Timbalada na década de 90, Quito mescla as suas lições de baianidade e carioquismo na boa companhia de músicos como Marcio Victor (líder do Psirico e fundamental na percussão do álbum), Davi Moraes, Daniel Jobim, Cezar Mendes, Domenico, Kassin e Moreno Veloso.
Célula rítmica fundamental na explosão do axé e, posteriormente, esquecido e maltratado, o samba reggae ressurge de modo inventivo e vibrante pelas mãos de Quito Ribeiro, que já foi gravado por Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Katia B, Gal Costa, Daúde, Orquestra Imperial e Jussara Silveira, considerada por ele como a “madrinha do álbum”.
“O samba reggae é a matriz de toda o axé e reggae aí quer dizer Caribe, a levada tem muito mais a ver com Cuba e República Dominicana do que com a Jamaica. A expressão samba reggae, creio, só pegou porque é bonita. Samba caribenho, por exemplo, não soaria tão bem. Na verdade, houve uma desaceleração do tempo do samba. Quando o samba reggae foi para cima do trio, aí teve que acelerar para se adequar ao Carnaval”, explica Quito, por telefone, do Rio.
As canções de maior acento percussivo são maneiras (entre elas, Nêga e Santinha), mas também merecem destaque as que privilegiam a melodia como Água e sol e a bela Braço de mar, gravada anteriormente por Jussara Silveira. Ambas contam com a participação de Chico Neves e Pedro Sá, produtores do álbum que merece ter show de lançamento em Salvador. Quito Ribeiro é do bem.
***
Ficha
Disco: Uma coisa sóArtista: Quito RibeiroProdução: Chico Neves e Pedro SáLançamento: Estúdio 304Preço: R$15
Por: Hagamenon Brito - hbn@correiodabahia.com.brNovos compositores baianos continuam curtindo o Rio numa boa. Às vezes, tentando estabelecer conexões criativas entre esses dois mundos. Quito Ribeiro, 36, é um deles. Mesmo antes de ir morar na capital carioca, em 1995, ele já trocava figurinhas com parceiros que, em menor ou maior grau, conhecem esses dois universos: Lucas Santtana, Moreno Veloso, Pedro Sá, Davi Moraes.
O primeiro, independente e bom CD de Quito, Uma coisa só, parece querer fundir Salvador e o Rio de Janeiro a partir do próprio nome. Longe e tão perto, o autor desconstrói a percussão afro-baiana (originária da quadra do Ilê Aiyê) e acrescenta a sua experiência junto aos músicos que estão oxigenando a nova cena carioca com doses de experimentalismo pop.
Espectador da axé music, pulador do Carnaval baiano e freqüentador dos primeiros ensaios da Timbalada na década de 90, Quito mescla as suas lições de baianidade e carioquismo na boa companhia de músicos como Marcio Victor (líder do Psirico e fundamental na percussão do álbum), Davi Moraes, Daniel Jobim, Cezar Mendes, Domenico, Kassin e Moreno Veloso.
Célula rítmica fundamental na explosão do axé e, posteriormente, esquecido e maltratado, o samba reggae ressurge de modo inventivo e vibrante pelas mãos de Quito Ribeiro, que já foi gravado por Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Katia B, Gal Costa, Daúde, Orquestra Imperial e Jussara Silveira, considerada por ele como a “madrinha do álbum”.
“O samba reggae é a matriz de toda o axé e reggae aí quer dizer Caribe, a levada tem muito mais a ver com Cuba e República Dominicana do que com a Jamaica. A expressão samba reggae, creio, só pegou porque é bonita. Samba caribenho, por exemplo, não soaria tão bem. Na verdade, houve uma desaceleração do tempo do samba. Quando o samba reggae foi para cima do trio, aí teve que acelerar para se adequar ao Carnaval”, explica Quito, por telefone, do Rio.
As canções de maior acento percussivo são maneiras (entre elas, Nêga e Santinha), mas também merecem destaque as que privilegiam a melodia como Água e sol e a bela Braço de mar, gravada anteriormente por Jussara Silveira. Ambas contam com a participação de Chico Neves e Pedro Sá, produtores do álbum que merece ter show de lançamento em Salvador. Quito Ribeiro é do bem.
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Ficha
Disco: Uma coisa sóArtista: Quito RibeiroProdução: Chico Neves e Pedro SáLançamento: Estúdio 304Preço: R$15
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