Som Livre aposta em novos artistas pop
Gravadora cria selo e lança Jonas Sá, Tom Bloch e Cof Damu, entre outros
Por Hagamenon Brito - hbn@correiodabahia.com.br
O mercado fonográfico tradicional está em decadência, é verdade, e os novos artistas já entendem que estúdios caseiros facilitam a criação, a produção e que o público cada vez mais busca música na internet. É um caminho sem volta. As gravadoras, contudo, ainda não estão mortas e algumas delas tentam experimentar maneiras de trabalhar com essa nova cena.
Atenta às mudanças, a Som Livre, braço fonográfico da Rede Globo, criou um selo para novas bandas independentes: Som Livre Apresenta. O primeiro pacote, já nas lojas, traz as estréias dos cariocas Jonas Sá (irmão de Pedro Sá, guitarrista e produtor de Caetano Veloso), Mariano San Roman e Primadonna; e os segundos CDs dos grupos Companhia Itinerante (RJ) e Tom Bloch (RS).
“A idéia surgiu um pouco da necessidade e da vontade de incentivar novos talentos, sobretudo aqueles que já batalham de modo independente, fazem shows e que têm uma base de fãs, ainda que pequena. É um trabalho de parceria, mesmo. Podemos apoiá-los em termos de uma maior divulgação nacional”, explica, por telefone, Marcelo Soares, 37, responsável pelo selo.
O executivo afirma que o selo não trabalha com expectativa de grandes vendagens (a tiragem inicial é de 1,5 mil cópias). O objetivo é diversificar a produção, criar um conteúdo de qualidade e investir a médio prazo nas bandas. Ele também esclarece que a aproximação com a Globo não garante a ninguém ter fonogramas incluídos nos programas e novelas da emissora (Mariano San Roman, porém, conseguiu entrar na trilha de Malhação).
Até o fim de abril, o Som Livre Apresenta deve editar os CDs da banda pop baiana Cof Damu, dos roqueiros paulistas da Voltz (vencedora do Guaraná Antártica Street Festival 2007) e do projeto eletrônico carioca Irreversíveis, de Leo Benitez e Carol Monte, a irmã mais nova de Marisa Monte. A seguir, leia mais sobre os primeiros cinco lançamentos do bem-vindo selo.
Jonas Sá (Anormal)
Um encontro improvável entre o americano Beck e o brasileiro Lulu Santos. Assim, de forma simples e rasteira, poderia ser definido o primeiro álbum de Jonas Sá, 29, que começou a ser gerado em 2003 e tem co-produção do compositor (de todas as 13 canções), Bartolo e Moreno Veloso. A combinação pop de instrumentos, timbres, distorções, barulhinhos bons e letras economicamente cinematográficas entrega canções inventivas como Anormal, Sayonara, Melhor assim e De mim pra eu. Nota: 8.
Tom Bloch (Tom Bloch 2)
Filho do escritor Luis Fernando Verissimo e neto de Erico, claro, Pedro Verissimo, 37, é o fundador do Tom Bloch. Após a estréia em 2003 e várias formações, a banda hoje é Pedro nos vocais e Iuri Freiberger na bateria e programação, com o reforço do baixista Patrick Laplan e do guitarrista Junior Tostoi na gravação do CD. Diferentemente de boa parte dos grupos gaúchos, o TB não recorre ao humor em seu som, que mescla eletrônica e pop rock (de influência anos 1980). Nota: 6.
Companhia Itinerante (Sendo eu)
Caio Figueiredo (voz, guitarra), Chico Junqueira (baixo, voz), David Bessler (guitarra, voz), Diogo Salles (guitarra, voz) e Jonathan Gregory (bateria) acreditam que rock combina com humor e simplicidade. Por isso, definem o que fazem como “rock-simpatia”. Nada contra, principalmente quando o som é competente e procura criar identidade própria (no caso, a partir de elementos do rock e do samba, o que Los Hermanos transformaram em escola). A faixa Gato mia é bem maneira. Nota: 6.
Mariano San Roman (Magical fingers)
Nascido no Rio e criado em Petrópolis, onde possui uma base de fãs, o cantor, compositor e multiinstrumentista Mariano San Roman, 28, faz um agradável pop suave em seu primeiro álbum, todo interpretado em inglês (com exceção da faixa bônus Pra sempre assim). Incluída na trilha da novela teen Malhação, Little sister diz muito sobre Mariano: é uma canção simples e espontânea, que prenuncia um artista que pode vir a crescer e que lembra às vezes John Mayer e Jack Johnson. Nota 5.
Primadonna (Tudo vai valer a pena)
Na estrada há nove anos, a banda faz uma média de cem shows no Estado do Rio e tem mais de 3,2 mil fãs no Orkut. Foi isso que levou Primadonna a ser contratada pelo selo da Som Livre. Produzido por Kadu Menezes (baterista do Kid Abelha), o quinteto possui potencial para criar hits para FMs típicas do mainstream, vide Tudo é passageiro, mas o grupo carece de maior personalidade. Copia muito o som do Barão Vermelho e até a voz de Sandro Abreu lembra a de Roberto Frejat. Nota: 4.
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Gravadora cria selo e lança Jonas Sá, Tom Bloch e Cof Damu, entre outros
Por Hagamenon Brito - hbn@correiodabahia.com.br
O mercado fonográfico tradicional está em decadência, é verdade, e os novos artistas já entendem que estúdios caseiros facilitam a criação, a produção e que o público cada vez mais busca música na internet. É um caminho sem volta. As gravadoras, contudo, ainda não estão mortas e algumas delas tentam experimentar maneiras de trabalhar com essa nova cena.
Atenta às mudanças, a Som Livre, braço fonográfico da Rede Globo, criou um selo para novas bandas independentes: Som Livre Apresenta. O primeiro pacote, já nas lojas, traz as estréias dos cariocas Jonas Sá (irmão de Pedro Sá, guitarrista e produtor de Caetano Veloso), Mariano San Roman e Primadonna; e os segundos CDs dos grupos Companhia Itinerante (RJ) e Tom Bloch (RS).
“A idéia surgiu um pouco da necessidade e da vontade de incentivar novos talentos, sobretudo aqueles que já batalham de modo independente, fazem shows e que têm uma base de fãs, ainda que pequena. É um trabalho de parceria, mesmo. Podemos apoiá-los em termos de uma maior divulgação nacional”, explica, por telefone, Marcelo Soares, 37, responsável pelo selo.
O executivo afirma que o selo não trabalha com expectativa de grandes vendagens (a tiragem inicial é de 1,5 mil cópias). O objetivo é diversificar a produção, criar um conteúdo de qualidade e investir a médio prazo nas bandas. Ele também esclarece que a aproximação com a Globo não garante a ninguém ter fonogramas incluídos nos programas e novelas da emissora (Mariano San Roman, porém, conseguiu entrar na trilha de Malhação).
Até o fim de abril, o Som Livre Apresenta deve editar os CDs da banda pop baiana Cof Damu, dos roqueiros paulistas da Voltz (vencedora do Guaraná Antártica Street Festival 2007) e do projeto eletrônico carioca Irreversíveis, de Leo Benitez e Carol Monte, a irmã mais nova de Marisa Monte. A seguir, leia mais sobre os primeiros cinco lançamentos do bem-vindo selo.
Jonas Sá (Anormal)
Um encontro improvável entre o americano Beck e o brasileiro Lulu Santos. Assim, de forma simples e rasteira, poderia ser definido o primeiro álbum de Jonas Sá, 29, que começou a ser gerado em 2003 e tem co-produção do compositor (de todas as 13 canções), Bartolo e Moreno Veloso. A combinação pop de instrumentos, timbres, distorções, barulhinhos bons e letras economicamente cinematográficas entrega canções inventivas como Anormal, Sayonara, Melhor assim e De mim pra eu. Nota: 8.
Tom Bloch (Tom Bloch 2)
Filho do escritor Luis Fernando Verissimo e neto de Erico, claro, Pedro Verissimo, 37, é o fundador do Tom Bloch. Após a estréia em 2003 e várias formações, a banda hoje é Pedro nos vocais e Iuri Freiberger na bateria e programação, com o reforço do baixista Patrick Laplan e do guitarrista Junior Tostoi na gravação do CD. Diferentemente de boa parte dos grupos gaúchos, o TB não recorre ao humor em seu som, que mescla eletrônica e pop rock (de influência anos 1980). Nota: 6.
Companhia Itinerante (Sendo eu)
Caio Figueiredo (voz, guitarra), Chico Junqueira (baixo, voz), David Bessler (guitarra, voz), Diogo Salles (guitarra, voz) e Jonathan Gregory (bateria) acreditam que rock combina com humor e simplicidade. Por isso, definem o que fazem como “rock-simpatia”. Nada contra, principalmente quando o som é competente e procura criar identidade própria (no caso, a partir de elementos do rock e do samba, o que Los Hermanos transformaram em escola). A faixa Gato mia é bem maneira. Nota: 6.
Mariano San Roman (Magical fingers)
Nascido no Rio e criado em Petrópolis, onde possui uma base de fãs, o cantor, compositor e multiinstrumentista Mariano San Roman, 28, faz um agradável pop suave em seu primeiro álbum, todo interpretado em inglês (com exceção da faixa bônus Pra sempre assim). Incluída na trilha da novela teen Malhação, Little sister diz muito sobre Mariano: é uma canção simples e espontânea, que prenuncia um artista que pode vir a crescer e que lembra às vezes John Mayer e Jack Johnson. Nota 5.
Primadonna (Tudo vai valer a pena)
Na estrada há nove anos, a banda faz uma média de cem shows no Estado do Rio e tem mais de 3,2 mil fãs no Orkut. Foi isso que levou Primadonna a ser contratada pelo selo da Som Livre. Produzido por Kadu Menezes (baterista do Kid Abelha), o quinteto possui potencial para criar hits para FMs típicas do mainstream, vide Tudo é passageiro, mas o grupo carece de maior personalidade. Copia muito o som do Barão Vermelho e até a voz de Sandro Abreu lembra a de Roberto Frejat. Nota: 4.
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Eu gosto muito do trabalho do Primadonna apesar do que o texto comentou... nao tem nada a ver com barão... Acho o melhor trabalho do selo e o único que tem futuro.
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