segunda-feira, dezembro 15, 2008

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Revista eletrônica produzida por carioca revitaliza cena capixaba

Renata Leite, Jornal do Brasil

VITÓRIA - A nova cena pop do Espírito Santo deixou de ser um reduto único de punk de bandas como Dead Fish e Mukeka di Rato. Emerge apostando ainda no som de guitarra, baixo e bateria, mas com tendências ao psicodelismo e ao eletrônico.

Seja como instrumento de experimentação, ou porta de entrada para o mundo virtual, o computador tornou-se mais um integrante de grupos ainda pouco conhecidos fora da região, que contam com a web para romper estas fronteiras. O resultado pôde ser conferido na primeira edição do festival Omelete Marginal, anteontem, em Vitória.

Lançar novos nomes com trabalhos autorais é o principal objetivo do agitador cultural Fred Entringer, seja por meio do festival, ou pela revista eletrônica homônima lançada há um ano que já bate a casa dos 100 mil acessos mensais.

O Omelete Marginal une música, cinema, literatura, dança, fotografia, artes plásticas, teatro e moda. Condensou esses ingredientes em 35 atrações numa maratona de 15 horas, com 12 shows, desfiles, exibição de curtas-metragens, apresentação de esquetes teatrais, performances de dança, intervenções urbanas e live acts com VJs, DJs, artistas plásticos e fotógrafos.

– O Omelete sintetiza o conceito web dessa geração MP3, que tem a informação democratizada, tendendo para a convergência – explica Fred, que foi vocalista da banda carioca Mutreta.

– A gema é como o mainstream e a clara do ovo, o underground periférico. O festival materializa as manifestações que acontecem ao longo do ano na internet.

Sente o efeito da grande rede principalmente a geração que nasceu embalada pelo ultrapassado barulhinho de conexão à internet, como os meninos do Mickey Gang, uma das bandas descobertas pelo Omelete.

Eles extrapolaram a pacata Colatina, na região metropolitana do Espírito Santo, e seus pouco mais de 130 mil habitantes, ao tornarem-se hit em blogs com a música I was born in the 90's. Os integrantes, João Paulo (16), Ricardo (17), Arthur (18) e Bruno (19), dividiram o palco com nomes mais experientes.

Os quatro ainda estão no colégio, com exceção do universitário Bruno, e contam que a música não passa de diversão.

– Não esperamos viver de música. Fazemos de brincadeira – diz Arthur.

– Nem sei se o pessoal em Colatina gosta do nosso som.

A falta de compromisso parece se repetir com outra atração escalada, o igualmente jovem Fê Paschoal, que diz não considerar a música um trabalho. O cantor, compositor e estudante de letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) adota um vizzo meio Caetano-Veloso-nos-anos-70– cabeleira cacheada, sandálias e colares – e é dono de sonoridade que também lembra o artista baiano em outros tempos. Rejeita, porém, o rótulo de neotropicalista:

– Já escutei muito o pessoal da Tropicália, mas nunca tive a intenção de fazer uma releitura. Não me considero retrô.

O produtor Fred Entringer ressalta que o festival não contempla necessariamente os melhores, mas quem está se movimentando e se destacando na cena artística do estado. Ter uma página incrementada no Myspace é básico.

– Eles não precisam mandar material. A gente sabe que existem.

O evento, patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura de Vitória, Secretaria de Estado da Cultura (Secult), pela Cia de Desenvolvimento de Vitória (CDV) e pela Vivo, já no primeiro ano, funciona como uma espécie de celeiro de novidades. É um dos exemplos do fortalecimento do panorama cultural da cidade.

– O festival serve de vitrine para bandas novas – resume a secretária municipal de Cultura de Vitória, Maria Helena Signorelli.

– Dados recentes do IBGE apontam Vitória como a terceira capital em investimento em cultura per capita.

O ponto forte do Omelete ficou guardado para o fim, quando subiram ao palco as bandas mais experientes, Solana e Zémaria. Os integrantes do Zémaria são os que mais exploram as picapes. Levantaram o público às 2 horas da manhã.

A apresentação da banda, já conhecida nas pistas européias, foi acompanhado pelas projeções da dupla de VJs Rodrigo Linhales e Tati Rabelo, o Mirabólica, que converge vídeo e design com inventividade.

Outros artistas consagrados na região aproveitaram para lançar novos projetos, como Alexandre Lima, que experimenta a música eletrônica, com direito a sintetizador francês com recurso de touch scream.

O letrista e vocalista do Solana, Juliano Gauche, conceitua sua música como “um Roberto Carlos de um jeito mais Pink Floyd” e destaca a influência literária das letras. As composições formam um mosaico de linguagem arcaica e senso de humor moderno:

– Minha primeira banda, ainda na escola, não lançou disco, mas um livro com todos os textos que cantávamos. Não temos gravadora, nem tocamos na rádio. Nosso trabalho sobrevive completamente na web.

Renata Leite viajou a Companhia de Desenvolvimento de Vitória





Warner lança CD do Rappa no formato de MVI

Lançado em agosto de 2008, o sétimo álbum do grupo O Rappa, 7 Vezes, ganha neste mês de dezembro edição no formato de MVI - nome usado pela gravadora Warner Music para batizar o CD que tem áudio e recursos de DVD e que, por isso mesmo, toca somente em aparelhos e drives de DVDs. Além de oferecer a possibilidade de ouvir as 14 músicas do álbum com áudio remixado com a tecnologia 5.1, a edição em MVI de 7 Vezes exibe o clipe deMonstro Invisível, o making of de seis faixas (HóstiaMariaMeu Mundo É o Barro7 VezesSúplica Cearense e Monstro Invisível) e ringtones das músicas Fininho da VidaHolofotes e Documento.

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