
Por: Danilo Fraga dfraga@grupoatarde.com.br
O Círculo se completa em apenas três meses.
Neste período, a banda ensaiou, gravou e lançou as seis canções que compõem o EP Depois de Ver. Agora, se preparam para o show de estréia com Mombojó e Nação Zumbi – sábado, 21h, no Circo Bolshoi. Junto com o ingresso [R$ 20], vem o disco do Círculo. “A gente lançou o disco antes de tocar. Assim as pessoas podem ir ao show sabendo o que vão encontrar”, explica Pedro Pondé, vocalista do Círculo. Cinzas – Nada disso era possível no começo deste ano. Na época, Pedro, Israel Jabar [teclado] e Júnior Martins [baixo] faziam parte do Scambo. Em maio, se preparavam para sair em turnê e gravar o segundo disco no Rio. Foi quando houve o racha. “Não vou deixar de fazer um som de qualidade para vender. Nós três somos músicos, os outros enveredaram-se para a produção e ficaram escravos do mercado”, disse Pedro na época. Depois disso, ele, Israel e Júnior formaram O Círculo – junto com Daniel Coentro [bateria], Taciano Vasconcelos [guitarra] e Beef do Amor [guitarra]. “Não vou dizer que o som do Círculo é totalmente diferente do da Scambo – até porque eu, Israel e Júnior somos os mesmos. Mas com esta banda percorremos outras trilhas”, conta Pedro. RPB – “Fazemos o que eu chamo de rock popular brasileiro”. Esta é uma preocupação comum ao novo rock brasileiro, mesclar as influências do rock, com MPB, samba, samba-rock e até reggae. É só lembrar dos últimos discos dos Los Hermanos, Skank, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta ou mesmo da cena de rock gaúcho – por isso, faz tanto sentido o show de estréia do Círculo ser com Mombojó e Nação Zumbi. Para entender o que ele quer dizer, é mais fácil escutar Depois de Ver. A faixa-título do disco descreve bem as intenções de Pedro. Ela começa com um riff de guitarra que, ao mesmo tempo, lembra algo do blues e da MPB. E assim segue, meio rock, meio country, mas com algo da jovem guarda, Raul Seixas e dos Secos e Molhados. A letra é prosaica e, ao mesmo tempo, bonita: “Era a casa / Era luz / Eram pais e irmãos / Mas era só um lado do mundo / Era só esse que eu via.” Um ouvinte desavisado pode encontrar na canção uma mensagem à antiga banda de metade do Círculo, mas, para Pedro, “Scambo tinha um discurso social importante, mas estamos descobrindo outras formas de falar para as pessoas. Falamos do cotidiano de todos.” O resto do disco segue a mesma lógica, mas sem conseguir o mesmo êxito. Em Pare com Isso, eles chegam perto. Mas – talvez pela pressa do lançamento – as canções ainda precisam ser melhor trabalhadas antes do lançamento oficial. Ouça
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