quinta-feira, junho 18, 2009

Diploma de jornalista não é mais obrigatório, decide STF

Diploma de jornalista não é mais obrigatório, decide STF

Fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=diploma-de-jornalista-nao-mais-obrigatorio-decide-stf&cod_post=196468

O diploma não é mais obrigatório para o exercício da profissão de jornalista. A decisão acabou de ser tomada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal por oito votos contra um. O ministro Marco Aurélio Mello foi o único que defendeu a manutenção do diploma.

A partir de agora, fica a cargo das empresas decidir se exigem ou não o diploma para contratar um profissional. E os cursos das universidades continuarão sendo válidos. A diferença é que o governo não poderá mais intervir em casos que envolvam este assunto.

A discussão chegou ao Supremo em uma ação protocolada pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal, que pedia o fim da obrigatoriedade do diploma.

Por quase 1h, Gilmar Mendes, presidente do tribunal e relator do caso, votou contra a obrigatoriedade do diploma. Para ele, "jornalista é diferente de um motorista, que coloca em risco a coletividade". E defendeu que a exigência do diploma vai contra a liberdade de expressão. O ministro Cezar Peluso seguiu o presidente:

- Não garante eliminação do mau exercício da profissão, à deficiência de caráter, ética, de cultura humanística e até de sentidos. Ou seja, não existe, no campo do Jornalismo, o risco que venha da ignorância de conhecimentos técnicos.

Os ministros seguiram os argumentos de Taís Borjas Gasparini, advogada do Sertesp. Ela defendeu que o Jornalismo não deve ser comparado às profissões de "médico, engenheiro ou piloto de avião":

- Ao contrário destas profissões, o Jornalismo é um exercício puramente intelectual. Depende talvez do domínio da linguagem e do vasto campo de conhecimentos humanos. Mas muito mais que qualificação, é a lealdade, curiosidade, sensibilidade e ética que o jornalista deve ter. A obtenção desses requisitos não se encontra nos bancos da faculdade.

João Roberto Fontes, advogado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), contrapôs:

- O jornalismo já foi chamado de quarto poder da República. Como, então, não é necessário o conhecimento específico pra ter poder desta envergadura? É evidente o efeito devastador de uma notícia feita por um inepto. A divulgação de um balanço errado é uma catástrofe que se multiplica em segundos pelo mundo inteiro.

Os ministros Joquim Barbosa e Carlos Alberto Menezes Direito não estavam presentes na sessão.

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