quinta-feira, setembro 28, 2006

Beco da Rosália

Beco de Rosália: espaço cultural e alternativo nos Barris
Por :Vanessa Silva
Beco de Rosália. Esse é o nome do espaço cultural, alternativo, pizzaria e galeria de arte, localizado no Shopping Colonial nos Barris (quase em frente à Biblioteca Central) e freqüentado por todas as tribos, raças e classes sociais. Inaugurado há quatro meses pelo paulista Fabrício Marílson - que não resistiu aos encantos de Salvador e acabou firmando terreno por aqui - o Bêco foi batizado em homenagem à mãe do proprietário.
Tudo parece ser feito com muito capricho. A cozinha é artesanal e tudo é feito na hora. São servidos apenas pizzas e caldos. “A pizza é da minha descendência italiana – a receita é de família, e os caldos são típicos aqui da Bahia”, revela Fabrício a mistura que deu certo. O Bêco está sempre lotado. As mesinhas possuem toalhas com estampas tropicais, o cardápio é um letreiro que fica à vista do público, há um painel de fotografias bem dispostas, cópias de quadros e estantes com livros, isso mesmo, livros!
Em parceria com a Câmara Baiana do Livro (CbaL), o Beco de Rosália transforma o que seria apenas mais uma quarta-feira em um evento cultural – a “Quarta do Livro”. Exposições, palestras, lançamentos e noites de autógrafos dos livros editados na Bahia, são alguma das opções oferecidas pelo bar.
Fabrício conta que pretende expandir – ainda mais – o lado cultural do Beco, adquirindo o imóvel em frente para criar um novo ambiente, onde seus clientes possam beber um café e apreciar um bom livro. Ponto de encontro de intelectuais e artistas, o bar só fecha depois que o último cliente vai embora.
O quê: Beco de RosáliaOnde: Rua General Labatut, nº 137 - Barris.Funcionamento: Segunda a segunda, das 17h até o último cliente.Mais informações: (71) 3328 2417/ 3336 6824
Comunidade do Bêco de Rosália no orkut: www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8303531

terça-feira, setembro 26, 2006

Entrevista com Pedro Pondé

O Círculo - Pedro Pondé
Por:Fábio Góis - fabio@portalibahia.com.br
Banda nova, velhos e novos companheiros, a mesma filosofia. O ex-vocalista da Scambo, Pedro Pondé, está de volta ao cenário musical com a banda O Círculo, composta por Júnior [baixo], Israel [teclado] - também ex-integrantes da Scambo - Daniel Coentro [bateria], Tassiano e Beff do Amor [guitarras].
Agora de casa nova, Pondé quer dar continuidade a um trabalho musical cheio de ideologias e sentimentos. Ele quer alcançar as pessoas através da música de uma forma simples e popular. Ele quer misturar o regional com o mundial. Ele quer que todos sejam companheiros e toquem pela harmonia. Ele quer tocar para o mundo. O objetivo do grupo é misturar o rock, a MPB, o samba e o regional. Querem fazer música que acalme e faça refletir.
Para entender tudo o que aconteceu desde a saída da Scambo até o surgimento do O Círculo, Pedro Pondé esteve no iBahia.com e abriu o jogo sobre o que pensa a respeito de música, arte, banda e relacionamentos.
iBahia.com: Pedro, banda nova surgindo no cenário de Salvador. Como e quando surgiu a idéia de criar O Círculo?Pedro Pondé: Eu digo que O Círculo começou antes da gente saber ou imaginar que ia começar. Porque, até então, eu, Júnior e Israel fazíamos parte da Scambo e, na nossa cabeça, a gente estava fazendo música para a Scambo. Tudo isso lá em São Paulo. Quando você viaja com a banda as coisas começam a ficar mais claras. Percebemos que não tinha mais aquela unidade, nos transformamos em dois grupos. Eu, como vocalista, me senti mal porque eu era uma voz só. Eu não representava mais a banda. Então, como eu não conseguia cantar por todos, foi melhor separar. Eu ia acabar me sentindo uma fraude para subir no palco e cantar 'Scambo, este é meu nome', sabendo que por trás as coisas não iam tão bem. Então O Círculo começou assim: nós três fazendo som em São Paulo. Na verdade foi algo natural. Fomos nos afastando e fazendo música separados. Quando voltamos para Salvador, decidimos sair da Scambo por diversos motivos e fazer um trabalho paralelo.
iBahia.com: Quais foram os motivos?Pedro Pondé: A gente não estava sendo ouvido e não nos sentíamos mais parte do trabalho. A nossa utopia era fazer uma música de qualidade e viver bem de música, eu digo estar em harmonia. Não esperar o sucesso. Ele pode acontecer como não pode também. Você tem que estar feliz no dia-a-dia sem esta pressão de 'temos que fazer sucesso', sabe? E essa tensão aconteceu demais. Outro ponto foi que a gente não foi ouvido. Muitas coisas mudaram do início da Scambo para os últimos tempos.
iBahia.com: Você realmente informou que sairia da banda pelo Orkut, antes mesmo de falar com os integrantes da banda?Pedro Pondé: Sim. Isso aconteceu porque, nem mesmo na hora que falei que estava fora da banda, fui ouvido. Eu já tinha decidido sair da banda umas três vezes antes, mas mudava de idéia porque acho o trabalho da Scambo muito bom. E o público me ganhava. As coisas não estavam boas entre a gente, mas quando aconteciam os shows, eu entrava em contato com o público e era tudo fantástico. Porém, chegou ao ponto de não suportar mais. Na reunião, com todos da banda, avisei, mas não me ouviram mais uma vez. Então resolvi ir ao Orkut e falar diretamente com o público. Resolvi me despedir e agradecer a todo mundo. Mas depois senti que me passaram pra trás quando publicaram um texto sobre minha saída na imprensa, sem nem mesmo eu ler e concordar. Sinto que todo meu trabalho foi esquecido.
iBahia.com: Depois da poeira ter abaixado, como está o relacionamento de você, Israel e Júnior com a Scambo?Pedro Pondé: Eu acho que as coisas poderiam ter sido resolvidas de uma forma mais civilizada. A gente poderia ter se escutado com mais calma. Poderíamos até nos separar, mas como futuros possíveis parceiros. Não digo que ficou uma rixa entre nós, mas sim uma mágoa e só com o tempo para passar. Com tempo e com a consciência que todo mundo errou de alguma forma e tentar levar os novos trabalhos pra frente. Todos do O Círculo acreditam no trabalho da Scambo, mas realmente foi o lado pessoal que acabou afastando a gente.
iBahia.com: Você disse que o caminho que a Scambo estava trilhando não te agradava. Que caminho você pretende seguir com O Círculo?Pedro Pondé: Um caminho sem segundas intenções. Tudo tem que ser claro, tudo tem que ser transparente, tudo tem que ser dito. Meu objetivo com a música é tocar as pessoas. Agora eu estou até trabalhando mais meu lado compositor. Sentamos todos juntos do O Círculo e fazemos músicas, todo mundo junto. Eu acredito que você pode fazer uma música simples e boa. Simples não quer dizer pobre, e popular não quer dizer vulgar. Então eu quero fazer música popular, música falando do povo e pro povo. As pessoas entendem o que é simples e verdadeiro.
iBahia.com: Músicas da Scambo estão no repertório do O Círculo. Quais são?Pedro Pondé: A gente está tocando 'Meu Bem', 'Implosão', entre outras. Mas todas com versões diferentes. Estão entrando pessoas novas na banda e elas tem a liberdade total para interferir no trabalho.
iBahia.com: Uma dos seus pontos fortes no palco é a performance teatral. Isso vem muito da sua formação de ator, não é? O que busca expressar pela música?Pedro Pondé: Eu acho que a música tem um poder incrível. Ao mesmo tempo que você está usando a palavra, que por si só já é um instrumento de uma força impressionante, ao aliarmos ela à música, ela torna-se capaz de alcançar as pessoas. E antes de você falar e tocar, tem que ter um sentimento por trás e foi o que eu ganhei com o teatro. Hoje eu sou meio que um mutante. Não sei se sou um ator que canta ou um cantor que atua. Acho que a mistura entre o teatro e música possibilita pegar um atalho para os corações das pessoas.
iBahia.com: Vocês dizem que a apresentação do O Círculo não será apenas um show, mas um espetáculo com teatro, iluminação e figurino...Pedro Pondé: A apresentação teatral por si só já acontece. Eu falo que eu não sei cantar. Eu sei interpretar o que estou cantando. O espetáculo, propriamente falando, a gente vai desenvolver com mais tempo. Isso porque nós temos que nos conhecer melhor. Qualquer interferência minha no figurino ou iluminação, seria algo meu, e não da banda. Acho que gradualmente o show se transformará em um grande espetáculo.
iBahia.com: E de novidade já está surgindo a proposta do 'Rock Popular Brasileiro', não é isso?Pedro Pondé: Nem é criar o Rock Popular Brasileiro, até porque ele já existe. Já existe a expressão Rock/Pop, mas poucas pessoas se identificam com o som. E eu sinto falta de escutar o 'Rock... Popular... Brasileiro', eu gosto de escutar a palavra 'popular' e também o 'brasileiro' no final.
iBahia.com: O que o Rock Popular Brasileiro apresenta na música?Pedro Pondé: Ele é não é uma novidade. Tem o exemplo do Nação Zumbi, do Los Hermanos, Paralamas já faz há um bom tempo. São bandas que assimilam o que vem de fora e conseguem colocar o que é da sua região na música. Acredito que isso transforma a música em universal. Pô, eu tenho influência rock? Tenho. Eu tenho influência regional? Tenho. Eu tenho as duas coisas, eu vou misturar então. Assim, sem querer, você pode atingir quem está em Nova York ou quem está aqui em Irecê.
iBahia.com: A partir do lançamento da banda, quais serão os objetivos do O Círculo?Pedro Pondé: Ah... nosso objetivo é o dia 23 (primeira apresentação da banda). Tipo, ensaiar é massa, é legal, mas sem o público é ensaio.
iBahia.com: E o que é este Círculo?Pedro Pondé: O Círculo são vários pontos voltados para o mesmo objetivo e todos estão à mesma distância do centro. Ou seja, não há hierarquia. Todo mundo tem o mesmo peso, a mesma opinião. Todo mundo é dono. Todo mundo é funcionário. Todo mundo se cobra e vamos nessa.
iBahia.com: Algum recado para o público?Pedro Pondé: Tem uma texto que é bacana, de um diretor teatral, que não vou lembrar o nome agora, que era mais ou menos assim. O maior sonho da vida dele era ser dono de circo. Mas por que? Porque ele queria ter pessoas que se gostassem muito, que se exigissem pouco e que fizessem alguns números. Isso para mim define o que é arte popular. Fazer pelo prazer de fazer e não pelo o que pode acontecer depois. Acho que é isso...

O papel de um produtor

Por: Marcelo Martins: "O papel de um produtor"



26-Sep-2006
Para os que estão intimamente ligados ao mercado fonográfico, a primeira coisa que chama a atenção em um disco novo é a assinatura do cara que o produziu. Só de olhar para o nome, podemos saber como o disco vai soar, se as músicas são mais ou menos "pop" e podemos até mesmo prever o timbre usado nas guitarras. Em alguns casos, a assinatura do produtor é como a assinatura de um pintor de quadros.Mas, para as bandas iniciantes, o que significa ter um produtor?O produtor de um disco é a pessoa que vai dar uma direção e conselhos para as suas possíveis dúvidas. É o cara que vai, junto com a banda, pensar no som do disco, na escolha dos timbres, na temática das letras e até mesmo na capa e na forma de divulgação do produto.Existem produtores que são mais "íntimos" e se tornam quase um novo membro da banda. Mas também existem aqueles que só opinam quando são chamados. O bom produtor é aquele que tem bom senso e aparece apenas quando a banda precisa da sua ajuda ou quando é solicitado. O importante, acima de tudo, é permitir que o artista se expresse da melhor maneira possível.É importante salientar que o produtor e o engenheiro de som/dono do estúdio são figuras com funções completamente diferentes. Mesmo que muitos produtores tenham o seu próprio estúdio, a postura e o objetivo deles é distinto.O engenheiro de som geralmente ganha por hora de estúdio e, por isso, quanto mais tempo você passar no estúdio, melhor. Isso significa que aqueles errinhos, detalhes e caprichos que você quer colocar no disco são a fonte de renda do engenheiro/técnico e ele não está nem um pouco preocupado com os seus erros. Se não forem muito gritantes, claro.Já o produtor, em geral, trabalha com um preço fechado e para ele é muito importante que o disco esteja soando bem o mais rápido possível. Ele vai ajudar você a julgar se aquelas 17 guitarras são realmente necessárias e se os solos de 10 minutos vão fazer diferença na música. Em muitos casos, ele também se preocupa com o orçamento e por isso, se ele pedir pra refazer alguma coisa, não é porque está querendo ganhar em cima dos seus erros...Então, sempre pense que além da grana para gravação, é importante economizar um pouco mais e contratar um produtor de sua confiança. Quando a gente está muito envolvido com a gravação do disco, perdemos um pouco a referência e nada melhor do que uma outra pessoa para dar um força.

Monocultura 2

Por:Bruno AZIZ em http://www.fotolog.com/brunoazizlima
Monocultura 2

terça-feira, setembro 19, 2006

CÉU

Para gravar seu disco de estréia, CÉU levou mais de dois anos. Para impressionar o mercado fonográfico, menos de três meses. A cantora paulista de 25 anos, voz freqüente em jingles comerciais, é apontada como uma das promessas brasileiras para 2006 - Caetano Veloso, tradicional carimbador de novos talentos, declarou em janeiro, depois de vê-la no palco, que ela é 'o futuro', conforme publicou a colunista do 'Jornal do Brasil' Heloisa Tolipan. O deslumbre local vem acompanhado do desempenho mercadológico lá fora. Lançado pelo selo independente Urban Jungle, o CD vendeu 12 mil cópias na Holanda e na França, e os bons números renderam shows na Europa. Agora é a vez de Céu confirmar em casa o que diz em canções como 'Roda': 'Minha voz é o que me resta e rapidinho vai ecoar'. Seu disco é delicado, de repertório autoral, com sutis ousadias eletrônicas, sambas modernizados e influência da black music contemporânea. O som remete à afrociberdélia preconizada pela Nação Zumbi, aqui muito mais melódica e suave. A aposta do ano não faz pop pasteurizado nem a MPB comportada das rádios. Tomara que o sucesso se confirme, e que Céu tenha a mesma maturidade que demonstra ao compor para lidar com ele.

O Círculo se completa em apenas três meses





Por: Danilo Fraga dfraga@grupoatarde.com.br



O Círculo se completa em apenas três meses.



Neste período, a banda ensaiou, gravou e lançou as seis canções que compõem o EP Depois de Ver. Agora, se preparam para o show de estréia com Mombojó e Nação Zumbi – sábado, 21h, no Circo Bolshoi. Junto com o ingresso [R$ 20], vem o disco do Círculo. “A gente lançou o disco antes de tocar. Assim as pessoas podem ir ao show sabendo o que vão encontrar”, explica Pedro Pondé, vocalista do Círculo. Cinzas – Nada disso era possível no começo deste ano. Na época, Pedro, Israel Jabar [teclado] e Júnior Martins [baixo] faziam parte do Scambo. Em maio, se preparavam para sair em turnê e gravar o segundo disco no Rio. Foi quando houve o racha. “Não vou deixar de fazer um som de qualidade para vender. Nós três somos músicos, os outros enveredaram-se para a produção e ficaram escravos do mercado”, disse Pedro na época. Depois disso, ele, Israel e Júnior formaram O Círculo – junto com Daniel Coentro [bateria], Taciano Vasconcelos [guitarra] e Beef do Amor [guitarra]. “Não vou dizer que o som do Círculo é totalmente diferente do da Scambo – até porque eu, Israel e Júnior somos os mesmos. Mas com esta banda percorremos outras trilhas”, conta Pedro. RPB – “Fazemos o que eu chamo de rock popular brasileiro”. Esta é uma preocupação comum ao novo rock brasileiro, mesclar as influências do rock, com MPB, samba, samba-rock e até reggae. É só lembrar dos últimos discos dos Los Hermanos, Skank, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta ou mesmo da cena de rock gaúcho – por isso, faz tanto sentido o show de estréia do Círculo ser com Mombojó e Nação Zumbi. Para entender o que ele quer dizer, é mais fácil escutar Depois de Ver. A faixa-título do disco descreve bem as intenções de Pedro. Ela começa com um riff de guitarra que, ao mesmo tempo, lembra algo do blues e da MPB. E assim segue, meio rock, meio country, mas com algo da jovem guarda, Raul Seixas e dos Secos e Molhados. A letra é prosaica e, ao mesmo tempo, bonita: “Era a casa / Era luz / Eram pais e irmãos / Mas era só um lado do mundo / Era só esse que eu via.” Um ouvinte desavisado pode encontrar na canção uma mensagem à antiga banda de metade do Círculo, mas, para Pedro, “Scambo tinha um discurso social importante, mas estamos descobrindo outras formas de falar para as pessoas. Falamos do cotidiano de todos.” O resto do disco segue a mesma lógica, mas sem conseguir o mesmo êxito. Em Pare com Isso, eles chegam perto. Mas – talvez pela pressa do lançamento – as canções ainda precisam ser melhor trabalhadas antes do lançamento oficial. Ouça












segunda-feira, setembro 18, 2006

CORDEL DO FOGO ENCANTADO

Cordel transfigurado em novo disco
Publicado em 14.09.2006
Por: DISCOFONIA - BLOG ESTADÃO.COM.BR GUILHERME WERNECK
Transfiguração é uma palavra que significa tanto uma mudança radical na forma - uma metamorfose - quanto uma transformação espiritual que exalta ou glorifica. Cristo apareceu aos apóstolos sobre o monte Tabor em estado de transfiguração. Transfiguração é também o título perfeito do terceiro disco do Cordel do Fogo Encantado, pois o novo trabalho dos pernambucanos engloba tanto a transformação na forma como a espiritual. É mais fácil falar de forma antes de tocar nas questões do espírito. O Cordel nunca foi uma banda pura e simplesmente. Suas apresentações ao vivo mesclam teatro, literatura e música. Sendo que as questões da teatralidade, que implicam dar vida ao texto e trabalhar o aspecto corporal e cenográfico que a música inspira, são tão importantes quanto a própria composição. Nos dois primeiros discos do Cordel, a música nascia do espetáculo, agora é o contrário. As 14 músicas que compõem o álbum são pensadas como canções e, se nos outros trabalhos havia um encadeamento mais coeso entre todas as músicas, com suas tramas cheias de aventuras sonoras, pontuadas pela percussão trovejante do Cordel, neste Transfiguração cada canção é trabalhada como uma unidade autônoma, embora sirva ao todo. Há mais nuanças, um trabalho de produção mais esmerado, mais detalhista na tarefa de buscar a sonoridade perfeita para cada uma das canções. E aí não estamos no reino do acaso: Transfiguração conta com o trabalho de três grandes nomes da produção: Miranda produz com a ajuda de Gustavo Lenza e a mixagem fica a cargo de Scotty Hard.Transfiguração é também uma exaltação da palavra, uma glorificação do santo ofício da escrita. Essa é sua força espiritual, um jogo entre o mundano, o prosaico, o espírito e a cultura. Além de trazer dois poemas musicados: "Tlank!", de Manuel Filó, e "Canto dos Emigrantes", de Alberto da Cunha Melo, ecos da literatura brasileira aparecem de todos os lados, mas não de forma literal. As canções funcionam tanto como duplos quanto como comentários sobre obras seminais da prosa e da poesia, explicitadas já no subtítulo das músicas. Alguns exemplos são "Aqui", que reflete Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, "Pedra e Bala", que parte de Os Sertões, de Euclídes da Cunha e "Ela Disse Adeus", uma fantasia sobre A Teus Pés, em que pesa mais a tragédia pessoal da poeta suicida carioca Ana Cristina Cesar. Mesmo com toda a complexidade, sonoramente esse é o disco mais fácil de ouvir do Cordel do Fogo Encantado, um passo adiante para uma das bandas mais interessantes do cenário nacional.

SELOS BAIANOS




SELOS BAIANOS

Surgido nos anos 90 o selo "Big Bross Records" é um dos mais antigos como define "Rogério Big Brother":

"... O selo na verdade, veio da distribuidora. É o seguinte: em meados dos anos 90 começaram a sair os discos da" Cascadura "", brincando de deus", " Dead Billies" e acabavam parando aqui. Como eu já viajava para festivais, para outros lugares, acabei carregando esses discos comigo. A mesma dificuldade que tinha aqui de vender, tinha lá fora, porque a galera conhecia pouco as bandas. Então... eu acabei trocando muito desses discos, daí abri uma distribuidora. Como eu já tinha os canais para distribuir e soltar esses discos, daí abri uma distribuidora. Como eu já tinha os canais para distribuir e soltar esses discos pra virar um selo foi um pulo."(Brother,2006).

As novas tecnologias são responsáveis também pela distribuição e consumo destes bens culturais; produzidos por estes artistas independentes como também define BROTHER:
"... A Big Bross é 80% Internet, os cd´s são muito mais vendidos por pedidos do correio que em shows mesmo, e em lojas. O selo funciona muito melhor virtualmente, e tipo assim, é um selo, uma produtora de um homem só. Então vive com a correspondência meio atrasada, mas é sempre respondida [Risos]..."(Brother, 2006).

Uma das grandes diferenças de um selo para uma gravadora e no que se diz a respeito da gravação e distribuição. Na sua grande maioria os selos não gravam trabalhos de bandas do seu "cast", já recebem pronto, se responsabilizando apenas pela sua prensagem e pela sua divulgação nestes "nichos culturais" denominados de cenário alternativo. Alguns dos selos baianos funcionam como distribuidoras e atuam permanentemente, trazendo discos de fora como é o caso da "Frangote Record" e "Atalho discos". Em outros casos como produtoras, produzindo shows de bandas locais e nacionais como a "Big Bross" e a "Maniac Record".Como relata "João Carlos" da Maniac:
"... Os selos se tornam à distribuição mais horizontal. Diminuindo o espaço entre banda e público..." (CARLOS ,2006).

Por conta disso os selos baianos precisam formular e pensar estratégias diferentes das "Majors"(Grandes gravadoras), que investem no segmentado "Mainstream". Como define "Fabiano Buía" da "Estopin Record" :
"... Os selos se adaptam mais aos diversos tipos de bandas existentes. Eles tratam cada banda como única, ao invés de utilizar fórmulas pré-estabelecidas de produção e divulgação..." (BUIA, 2006.).
Retirado do artigo :
Notas para uma reflexão sobre: "Música independente no cenário cultural baiano e as novas tecnologias de produção e consumo musical"

Por: Mário JR

1ª Convenção de Tatuagem da Bahia


Nos dia 25 e 26 de novembro ocorrerá a 1º Convenção de Tatuagem da Bahia. O evento contará com Stands de tatuadores do mundo inteiro. haverá palestras sobre tattoo e piercing, concursos de tattoos, venda de materiais, Freak Show com La Negra (Argentina), Suspensão e Body Piercing, Exposição de motos e hot rods. Mas não é só isso! Haverá também shows da banda Cascadura que fará lançamento do Cd - Revista Outra Coisa, TOR, Retrofoguetes, Soononmoon, The Honkers, LOU, King Cobra, Theatro de Séraphin, Luiz Rocha, In Cactus, Lúmpen, Os Miseravão. Não perca este grande evento.
1ª Convenção de Tatuagem da Bahia
Data: 25/11/2006 a 26/11/2006
Local: Espetáculo
Endereço: Av. Otávio MangabeiraHorário: a confirmar
Ingressos: a confirmar
Valor: a confirmar

terça-feira, setembro 12, 2006

Voltando um assunto do passado mas a história estar ai pra isso !!!



Desabafo de Pedro Pondé no orkut sobre a sua saída da banda SCAMBO

Desabafo de Pedro Pondé (Na Íntegra)

20/05/2006 06:06

(PARTE 1)

NEM TUDO QUE É OFICIAL É VERDADE.

(PARTE 1)

Meu depoimento não foi,de forma nenhuma imponderado.Há dois meses atrás eu já tinha decidido sair da banda,e já tinha comunicado aos integrantes da scambo.No outro dia todos se mostraram aparentemente bem humildes,me dizendo pra que eu ficasse que eles tinham percebido a falta de respeito que estavam cometendo.Ouvi e achei louvável esse ato.E o pior, acreditei.Vamos tentar de novo ,foi o que eu disse.No outro dia já estava tudo na mesma e no outro dia e no outro dia e no outro dia também.Graco se impondo de forma agressiva (na base do grito e das ameaças)Graco tentando me convencer a me unir a ele e a Xandão para expulsar Júnior e isrrael,alegando que ganhariamos mais,e que baixista e tecladista se encontrava em qualquer lugar.(na minha opinião é absurdo tratar meus amigos ,colegas e fundadores da scambo como se fossem peças de um carro)Não aceitei.Graco e Xandão,em uma outra reunião exigiram que Júnior e Isrrael abrissem mão do direito de votar e de opinar sobre qualquer assunto da banda.Não aceitaram.No ultimo ensaio antes do show de despedida informei a minha necessidade de receber o cachê do show, e informei os motivos.Paralelo ao Pedro que vocês conhecem existe um Pedro que saiu de casa,que tem contas a pagar,quem tem que comprar sua comida, que tem uma filha,que tem uma mãe que vende salgados nas ruas da cidade de Irecê .Um Pedro que como tantos outros brasileiros faz um bico aqui e ali para sobreviver e ainda continuar lutando por um sonho digno.Nesse ultimo mês a situação apertou,fiquei dias sem comer,e descobri o que é a fome.Sim recusei a ajuda de amigos,eles já me ajudam bastante existindo e me dando apoio, especialmente o Fernando e o Gribel que me acolheram em sua casa como se acolhe um irmão.Levei minha situação ao conhecimento do tesoureiro(graco),que imediatamente olhou para o chão como se não tivesse ouvido...
para divulgar o cd daqui a três meses.DESCASO !!!!!!!!!!!A fome não espera.Xandão propôs que eu pegasse dinheiro emprestado com a banda e depois pagasse,ao que eu não aceitei,porque por duas vezes peguei dinheiro emprestado da banda e na data definida para o pagamento ,mesmo tendo que escolher entre pagar ou comer, preferi pagar e honrrar minha dívida,mesmo com Graco dizendo que eu não precisava pagar .Esse mesmo graco vem e diz depois , que eu fui a pessoa mais ajudada na banda,que tinha pego dinheiro emprestado varias vezes e não tinha pago.MENTIRA !!!!Em São Paulo nos conhecemos muito bem.Chegando lá Graco Xandão e Chapéu (altamente deslumbrados com a cidade que se atropela já naturalmente, por dinheiro) sem nenhuma discursão em grupo.decidiram que a scambo não voltava mais para salvador "nem fudendo"Tivemos que lembrar a eles que temos um público e uma família,não poderíamos simplesmente virar as costas.Numa tarde perguntei a Graco e Xandão se um dos dois poderia me emprestar uma guitarra para eu colocar pra fora uma música que estava prontinha na minha cabeça,só dependendo de uma guitarra para colocar os acordes.Xandão tem duas guitarras .Resposta: Não !!! vá comprar seu violão
PARTE 4 20/05/2006 06:08

A ANTIGA E A NOVA REALIDADE

Quando entrei já tinha algumas músicas, o Xandão me disse uma coisa que eu achei bacana:"Somos uma banda, suas letras vão ficar no seu nome, mas... a música levará o nome da banda, pois todos contribuem com a criação dos arranjos e na execução dos seus instrumentos"Minhas músicas e as de Júnior eram maioria no primeiro cd.Aceitamos e acreditamos até hoje que, o que o Xandão propôs era realmente muito nobre e justo.Nesse cd que íamos gravar JUNTOS no Rio,a maioria das letras era do Xandão.O mesmo Xandão disse que suas músicas levariam somente o seu nome e o de quem ele quisesse.Me lembro muito bem também, que quando conheci o Xandão, ele me disse que não estava mais conseguindo escrever mais nada.Propus a ele uma união criativa:Ele com a facilidade de criar harmonias e eu com a facilidade de criar letras.Só que, o Xandão, com esse convívio, relembrou como escrever, agora só queria que eu cantasse as músicas dele, e virava ascostas quando se tratava das minhas letras ou de Júnior.Já houve caso de eu entregar uma letra à ele para minutos depois reconhece la, no lixo da casa.O Graco comprou um programa de computador que trabalha com músicas.Eu digo: "A mesma tecnologia pode tanto unir como separar"SEPAROU.Lembra das músicas que eu fiz em SP sem guitarras mas com a ajuda de Júnio, Isrrael e um violão recém adquirido.Pois é, o graco gravou essas canções no seu brinquedo novo e fez sozinho o arranjo que teríamos o maior prazer de fazer juntos,enquanto BANDA, enquanto TROCA, enquanto SCAMBO de verdade.Me chamou só para colocar a peça que ele não tinha:VOZFiz uma crítica sobre esse procedimento dele, falei que essa ideia de banda não correspondia ao nosso conceito inicial de interação e troca de ideias.Dei também minha opinião a respeito do estilo que ele estava adotando com o som.Eu disse: Pô velho esse som tá muito careta.Quem só quer falar e não sabe ouvir, quando ouve se irrita.Mas ele como bom dissimulador que é...
PARTE 5 20/05/2006 06:09

ORKUT:Só decidi comunicar a minha saída (no orkut) depois de já ter falado inúmeras vezes durante a última reunião.Não fui ouvido nem quando disse que estava fora.Quis realmente sair na paz,cheguei a agradecer até que não merecia mas...mais uma vez fui agredido, quando apagaram minha despedida.Agora vem um suposto murissoca e tenta dizer que foi suposta essa ação.Mais uma tentativa de enganar, de me deixar como louco na situação, recortando o mesmo texto QUE TEVE DE SER RECOLOCADO. Porque suposto murissoca ?Porque o Xandão o Graco e o Chapéu ,usufruem da senha do murissoca , para falar o que quiserem sem ter que assumir o que é dito .O nome disso é:FALSIDADE IDÉOLÓGICAQuando protestei contra isso, o graco exigiu que eu me retratasse.SE NÃO ELE NÃO SABIA O QUE ERA CAPAZ DE FAZER COMIGOAgora o Chapéu escreve oficialmente, se valendo de uma educação e um respeito que eu nunca vi na prática,e um pesar que realmente não existe, pois ouvi dele e de graco a mesma coisa:SE VOCÊ ME VER EM QUALQUER LUGAR NÃO FALE COMIGO NEM OLHE NA MINHA CARA.Quem quiser que me odeie,mas a minha função ainda é abrir osolhos dos que estão sendo enganados.Eu Júnior e Isrrael estamos juntos e mais fortes do que nunca.NÃO VOU CUMPRIR MEUS COMPROMISSOS, APENAS POR CUMPRIRMEU COMPROMISSO MAIOR É COM O PÚBLICO E COM A VERDADE.NÃO VOU LHES ENTREGAR POR OBRIGAÇÃO O QUE ESTA ESTRAGADO."A VERDADE SEMPRE TEVE COMO INIMIGOS OS IGNORANTES E OS PODEROSOS "TENHAM OS OLHOS ABERTOS E O MACHADO SEMPRE AFIADO


Desabafo de Pedro Pondé banda o Círculo (Na Íntegra) retirado do ORKUT

ROCKLOKO CARTUNS

Roko Loko Completa 10 anos, vira Boneco e Ganha mais um Livro
Por Bahiarock.com.br
Roko-Loko, o personagem roqueiro mais querido do Brasil, criado pelo cartunista Marcio Baraldi e publicado na conceituada revista Rock Brigade, completa DEZ anos de vida em 2006, e como grande presente, se transforma em boneco, que será lançado em três versões, feito em biscuit envernizado, para crianças, jovens e adultos se divertirem e colecionarem o boneco mais rocker do Brasil.
Para completar a festa, Baraldi, lança, também, o mais novo livro de sua autoria, o “Born to be Wild”, uma compilação de histórias e tirinhas do aniversariante Roko Loko e sua fiel parceira Adrina Lina.
Outra novidade que, para os leitores do BahiaRock não é tão novidade assim, o Roko Loko é o único personagem adulto a ganhar um game, que pode ser baixado de graça no site do Baraldi, muito bem feito e com acabamento impecável, que, com certeza, vai te proporcionar algumas horas de muita diversão.
Vale a pena conferir estes grandes lançamentos que, com certeza, ficará nos anais do Rock Brasileiro.

Márcio Baraldi é o maior cartunista do rock nacional. Suas charges / tirinhas são publicadas a mais de 10 anos na revista Rock Brigade, além de se o cartunista oficial do sindicato dos bancários de São Paulo e agora, tem suas charges publicadas aqui no BahiaRock. Para conhecer mais seu trabalho acesse www.marciobaraldi.com.br.

Livro conta história de bandas de rock do subterrâneo de Salvador


Livro conta história de bandas de rock do subterrâneo de Salvador

Por: Bahiarock


Lançamento acontece durante a SEMANA DO VOLUNTARIADO do Shopping Piedade, de 11 a 16 deste mês, no stande da ong ARCCA, localizado no segundo piso do Piedade, com preço de R$ 18,95 com desconto para quem chegar sorrindo. Edição do Autor com 250 páginas.Rock Baiano - História de uma Cultura Subterrânea é o resultado de mais de dez anos de pesquisa realizada por Ednilson Sacramento sobre o cenário musical alternativo de Salvador.Esta edição foi concluída num momento em que o autor perdia a sua visão em função de uma retinose pigmentar. Editor de fanzines, Ednilson viu nascer nas ruas de Salvador um movimento que lhe chamou a atenção. Era a manifestação de uma subcultura urbana comum aos grandes centros urbanos que combinava música e atitude. Tendo como foco principal a rebeldia punk verificada no início da década de 1980, o autor valeu-se de conversas, fanzines e arquivos de memória para trazer ao leitor um pequeno registro de fatos e ações desencadeadas por uma parte da juventude baiana que experimentou ousar e dizer não ao pensamento único da indústria cultural

segunda-feira, setembro 11, 2006

A Formação de Público

A Formação de Público
Por Marcelo Martins
Não estamos mais na época em que mandar uma fita demo tosca para uma gravadora pode render contratos milionários. Isso ainda acontece, mas com uma parcela muito pequena de artistas e, com certeza, quase nenhum do Brasil.
Quando vemos uma banda com clipe na MTV, isso significa que já houve um grande trabalho de divulgação antes daquelas imagens irem pro ar. Provavelmente, a banda já tem seus 5 ou 6 anos de estrada, já lançou dois ou três álbuns independentes e já tocou em todos os cantos do Brasil.
Por mais romântica que essa história, podem ter certeza que é a coisa mais importante que uma banda pode fazer. Trabalhar, antes de ser "contratado" é que chamamos de "formação de público" e, hoje em dia, vale tudo para conseguir atrair mais fãs.
A internet é uma das grandes aliadas do underground. Do Orkut ao My Space, o que importa é ter uma comunidade com 20, 30 mil pessoas. E isso chama muito mais atenção do que um disco bem gravado e uma foto bonita. Na verdade, muitos empresários contratam artistas ao ver o número de pessoas na comunidade relacionada.
Colocar discos completos na internet é outra grande jogada. As duas bandas que faço parte (Plexus e Lacme) colocaram seus discos na Internet e o resultado foi impressionante. Em menos de 2 meses, quase 2 mil pessoas baixaram o disco do Plexus. Se você pensar que cada uma dessas pessoas mostrou o disco para um amigo, temos 4 mil pessoas em contato com a nossa música. Sem fazer nenhum show e sem ter uma única resenha publicada em revista.
Tenho certeza que pouquíssimos artistas independentes conseguiriam vender 4 mil discos em dois meses.
Com o Lacme, a história foi igualmente interessante: ganhamos muitos fãs sem ter lançado um único disco. E as pessoas querem mais!
A idéia é fazer o seu som circular, da maneira que for mais barata e interessante. Quando começarem a ouvir falar da sua banda, os contatos profissionais vão aparecer. Mas, lembre-se: as gravadoras e os investidores só aparecem quando você não precisa tanto assim deles.
Marcelo Martins é guitarra e vocalista do Plexus e baixista do Lacme.

Grafite de Izolag

Grafite de Izolag
Local: Graça

quarta-feira, setembro 06, 2006

A Cara do Rock Baiano


A Cara do Rock Baiano



30-Aug-2006
Por Danilo Fraga
Retirado do Blog do Dez! (http://blogdodez.atarde.com.br/)

Entre o final de 2005 e o começo deste ano, houve muitas novidades no rock baiano. Bandas novas apareceram, bons discos, selos e casas de show também. De lá para cá, parecia que o cenário havia esfriado. Pois não esfriou. E a premiação dos vídeos "Non Enhanced Head CT", da Banda Plane of Mine, e "Sete Sete", de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, na mostra de vídeo do Festival de Gramado [RS], veio provar isso. Ainda tem a indicação de "Olha Minha Cara", do Canto dos Malditos na Terra do Nunca, para o prêmio VMB da MTV.

"Meu vídeo foi exibido às 10 da manhã no festival, só quem viu mesmo foi quem estava concorrendo", conta Renato Gaiarsa que, ao lado de Rodrigo Luna, dirigiu o vídeo de "Non Enhanced Head CT", vencedor em Gramado na categoria Videoclipe/Musical. "Todo mundo pensou que o clipe foi filmado em película, mas foi feito com uma câmera portátil [Mini DV]. O efeito foi conseguido a partir da manipulação de imagem no computador", conta.

Para Alexandre Guena, diretor de "Sete, Sete", "esses prêmios colocam a Bahia no topo da primeira divisão. Acho que este é um ótimo momento para pensar em estratégias que sustentem esta posição importante que conquistamos no cenário nacional". Junto com Ricardo Spencer, Alexandre também ganhou este ano o prêmio de melhor videoclipe do Multishow, com o vídeo de "Memórias", de Pitty. "Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar um reconhecimento tão amplo. É mesmo muito gratificante", completa.

Qualidade – "As bandas baianas estão se preocupando em fazer um material de qualidade, isso já podia ser visto nas gravações e na parte gráfica dos álbuns. O videoclipe vem junto com essa preocupação", conta Gaiarsa. Os vídeos, que antigamente se preocupavam em mostrar apenas a banda tocando, estão mais complexos – com narrativas paralelas, edição e fotografia mais apuradas.

Além dos clipes premiados, muitos outros vídeos estão sendo lançados nos últimos meses. Entre eles estão os da Flauer ["Antes do Mistério"], Theatro de Séraphin ["Cólera"], Mirabolix ["Tudo de Novo; Começo Sem Fim"], O Vestido Preto de Valentina [“Bulimia”], Automata [“Mondo Canis”] e Ungodly ["Murder in the Name of God"]. "Queremos fazer uma representação visual compatível com a qualidade do cenário baiano de rock", completa Gaiarsa.

Inscreva-se no 3º UNIFEST


Inscreva-se no 3º UNIFEST
A Universidade Federal da Bahia, realizará o III UNIFEST - Festival Universitário de Música da Bahia, que tem como objetivo principal integrar o meio universitário através da música, incentivando o intercâmbio de idéias e o conhecimento sobre a produção artístico-musical no estado; além disso visa revelar novos talentos, e proporcionar ao público a oportunidade de conhecer e apreciar a recente música popular produzida na Bahia.Mais informações no site:http://www.unifest.ufba.br
Inscrições até o dia 15/09
Apresentação:Os antigos Festivais Universitários realizados alguns anos atrás tiveram grande impacto na música popular brasileira tendo em vista que deles surgiram nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, entre outros. Sendo assim, nada mais importante do que resgatar os valores universitários com a realização do III UNIFEST - Festival Universitário de Música da Bahia.
Este projeto é uma realização da UFBA , com patrocínio da Petrobrás e co-produção da UNEB, UCSAL, UNIFACS, FTC, Faculdades Jorge Amado, Faculdade Ruy Barbosa, UNIVERSO, Faculdade Bahiana de Saúde Publica, Faculdade da Cidade do Salvador, UESB, UESC e UEFS.

O Círculo

Evento: O Círculo
Data: 23/9/2006
Local: Circo Bolshoi
Endereço: em frente ao Aeroclube
Horário: 22h
Ingressos: a defiir
Valor: a definir
Release
Nascida em 2006, da união de três parceiros - Pedro Pondé, Júnior Martins e Israel Jabar, que trabalhavam juntos há seis anos num grupo de destaque de Salvador -, a banda O Circulo vai ser apresentada ao público, no dia 23 de setembro (sábado), às 22h, no Circo Bolshoi. A noite de lançamento vai contar com shows dos grupos Nação Zumbi e Mombojó. Será o começo de um trabalho de qualidade e amplitude musical, cujo objetivo é unir o talento, a musicalidade e o virtuosismo dos músicos, num projeto em que todos possam criar, transitar e se expressar livremente.

terça-feira, setembro 05, 2006

INDEPENDENTE VERSUS MAINSTREAM1



INDEPENDENTE VERSUS MAINSTREAM1


Tornou-se habitual definir de “independente” toda produção fonográfica, que não é produzida pelas grandes gravadoras da “Indústria Fonográfica”.


“... Mas nosso mercado fonográfico é muito mais complexo que isso; existem selos especializados na produção regional, como o WR, famoso no mundo do Axé, em gêneros musicais como o Quarup, especializados em músicas caipiras e outros que nascem dentro de gravadoras como o Phonomotor de Marisa Monte, subsidiário da EMI. Mas nem por isso podemos chamá-los de independente...”.(Marchi. 2006).


Para Leonardo Marchi, não podemos chamar de independentes selos que funcionam como subsidiários das grandes gravadoras, mas selos que têm como centralidade no seu discurso: A “contraposição explicita” as grandes empresas e a tentativa de criação de circuitos próprios, que só viria a acontecer, em âmbito nacional com a chamada “Nova Produção Independente” a exemplo do selo TRAMA e da ABMI (Associação Brasileira de Música Independente), criada em 2002, e a criação da Revista “Outras Coisas” (Revista liderada pelo Músico Lobão, que lança cd´s de artistas independente em suas edições.).


MÚSICA INDEPENDENTE BAIANA


Na Bahia, esta nova produção independente, viria a ser conhecida como produção “Alternativa”, por ser alternativa ao padrão vigente da “Indústria Fonográfica Baiana”, se caracterizando pelo seu discurso de produção independente, na sua produção e distribuição de materiais alternativos.
As facilidades trazidas pela Internet e a as novas tecnologias digitais se destacam cada vez mais e com o uso destas tecnologias os trabalhos de algumas bandas baianas “alternativas”, vêem ganhando com isso um padrão de produção cada vez melhor.As gravações de qualidade, hoje estão bem mais acessíveis que no passado. Uma banda hoje consegue gravar um bom álbum com apenas R$ 1 mil, um valor relativamente baixo em comparação aos grandes investimentos das grandes gravadoras da Indústria Fonográfica Brasileira.









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1- Artista comercial de grandes vendagens ou que tem visibilidade para o grande público; contrario do independente ou alternativo.
Música da semana :100% Vodu BluesArtísta : SAMBALADA ELETRÔNICA